segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Um trabalho sobre Neurose Profissional


A NEUROSE PROFISSIONAL

Neurose profissional – casos patologias graves e instaladas, ligadas às condições profissionais, stress e esgotamento profissional.
A primeira terminologia é a anglo–saxônica, stress e patologia do trabalho como uma reação fisiológica e mecânica do organismo a uma agressão. Já os franceses, extraem da psicanálise e da menção ao inconsciente, conceitos de desadaptação psíquica do homem no trabalho, de higiene mental no trabalho ou de psicolpatologia do sofrimento no trabalho .
Em 1956, doutores Le Guillant e Bégoin (1956), retomando trabalhos de Julliard (1910), Fontègue e Solari (1918), descritos sobre “neurose das telefônistas” ou “síndrome geral da fadiga nervosa”. Sintomas de trabalho penoso onde estavão submetidas a um ritmo excessivamente rápido, exigência de rendimento, mecanização dos atos e monotonia, supervisão, excedendo as possibilidades de adaptação e gerando a impressão de acuamento, pressão e em certos casos, uma desorganização mais ou menos intensa de sua personalidade.
O mesmo estudo foi usado termos de stress e não o termo “neurose das telefonistas, mas como patologia de stress das telefonistas.
Devemos fazer uma distinção entre stress profissional e neurose profissional. O stress profissional é o processo de perturbação engendrado no indivíduo pela mobilização excessiva de sua energia de adaptação em virtude do ambiente profissional que ultrapassam suas capacidades atuais, físicas ou psíquicas. A neurose profissional é uma desorganização persistente da personalidade, uma patologia, uma das consequências possíveis do stress profissional.
O stress profissional pode, após a diminuição da fonte do mesmo, “entrar em ordem”, quando da adaptação bem sucedida no trabalho. Se as fontes persistirem de maneira intensa e repetida, podem chegar a “neurose profissional”.
Para Sivadon e Amiel (1969), “a neurose do trabalho não é uma afecção de um tipo clínico particular, mas uma categoria de perturbações neuróticas (…) aparentemente ligadas às condições do trabalho e ao meio ambiente industrial, geralmente detectadas pela ocasião do trabalho”. Caracteriza no sujeito os elementos de sua neurose como: obsessões, fobias, fenômenos de conversão histérica, entre outros.
Segundo Bugard e Crocq (1980), não existem neuroses verdadeiras, são psiconeuroses desencadeadas por ocasião do trabalho. Propõem substituir pelo conceito de astenia reacional ao trabalho : síndrome da repetição – impregnação da função através dos sonhos repetindo a situação traumatizante ao longo do sono, o tornando estressante; comprometimento da efera timo-afetiva – problemas emocionais, ansiedades psíquica e angústia somática; desordem na esfera somática – fadiga muscular real ou paradoxal.
A astenia reacional do trabalho constituíria em uma entidade clínica em relação direta com as condições de trabalho e os fatores patogênicos e o resto da existência.
Entretanto a neurose profissional é uma acepção muito mais ampla, uma situaçào ligada as condições profissionais e a problemática organizacional particular.
Em resumo, a neurose profissional é uma afecção psicogênica persistente na qual os sintomas são expressão simbólica de um conflito psíquico no qual o desenvolvimento está ligado a uma situação organizacional ou profissional determinada.
Já a psiconeurose profissional nos dá a idéia de que o indivíduo revive através da situação organizacional um conflito infantil, onde a situação em questào é a causa desta revivência.
Ilustraremos a neurose profissional em três casos clínicos:
1.
neurose profissional traumática - atual;
2.
psiconeurose profissional – relaçao psíquica com conflitos infantis, revivência infantil;
3.
neurose por excelência – processos neuróticos de investimento na instituição onde o indivíduo é esgotado psicologicamente p elo alcance do objetivo máximo.


NEUROSE PROFISSIONAL TRAUMÁTICA
Neurose Traumática e Acontecimento Traumático

Referência a um acontecimento ou cenas psicotraumatizantes. Depende de um determinado acontecimento exterior: irrupção de um acontecimento vindo de fora perturbando uma personalidade sã.
É classificada como patologia do acontecimento.
São três os elementos:
1.
tempo de latência – separa a experiência traumatizante dois primeiros sintomas, com duração variável, de mediação solitária, determinante para a instalação da neurose, onde é necessário ajudar o indivíduo a dominar suas ruminações individuais.
2.
Síndrome de repetição – pesadelos que fazem reviver a cena traumatizante que deu origem a neurose, manifesta-se por ruminações mentais obsessivas sobre o traumatismo e suas consequências – fixação ao traumatismo e o esforço reiterado tardiamente de ab-reagir a ele.
3.
Reorganização da personalidade após o traumatismo – fixação ao traumatismo, através de seus sintomas e comportamento doente em direção ao traumatismo e diminuição das percepções, consciência, atividades, reações e projetos. Fenichel chamava de “bloqueio das funções do ego” – de proteção, presença e libidinais.
A neurose traumática apresenta-se de duas formas: o traumatismo agiria como desencadeador, revelador de uma estrutura neurótica preexistente ou determinante no conteúdo mesmo do sintoma.
O caráter determinante pode por si ter um acontecimento ou experiência traumatizante, excepcionais por sua violência ou intensidade, relativizando às acontecidas na infância. Não se trata de negar as primeiras experências, mas não atribuir a elas, um caráter dominante. Nem tudo que acontece na infância está relacionado ao fato, que experiências posteriores podem assumir um caráter reorganizante e estar na origem dos processos neuróticos.

Stress e Carga Psíquica

Carga psíquica seria a insatisfaçao resultante de um conteúdo ergonômico inadaptado à estrutura da personalidade, segundo Dejours (1980).
A tensão psíquica surge se a pessoa não pode descarregar a excitação acumulada por uma das vias habituais de descarga de energia:
1.
via psíquica, onde o sujeito é tomado por impulso agressivo, criar fantasmas (atividades imaginativas) agressivos, representações mentais suficientes para descarregar o essencial da tensão interior;
2.
via motora onde não conseguem relaxar, utiliza da musculatura, crise de raiva, ação agressiva, violência em descargas psicomotoras.
3.
Se as anteriores não forem suficientes, a energia pulsional se descarrega no sistema nervoso autônomo e através da desregulação das funções somáticas.
O prazer em trabalhar resulta da descarga de energia psíquica que facilita a tarefa.
A ligação entre a carga psíquica e a organização do trabalho, mostrando que a carga psíquica aumenta quando a liberdade de organização do trabalho diminui.
A descarga regular torna o trabalho equilibrante e não fatigante. Anão descarga da energia pulsional, acúmulo da carga psíquica, a impossibilidade ou  à insuficiência das descargas pelas vias motora e visceral, vão conduzi-la para a via mental, por um processo criador de neurose.