A direção dos esforços dos atores políticos é ou está no caminho daquilo que seja mais consonante com os resultados da realidade do momento em que é referenciado, mesmo que não seja o desejável ou mais socioeconomicamente interessante em termos de resultados.
Nesse aspecto, as atenções daqueles devem-se voltar para o planejamento estratégico situacional, na forma de como ocorre o plano junto aos atores e como se processa a relação entre eles dentro de todo este processo e o que se almeja com todo o trabalho em questão.
Do processo de planejamento parte-se de uma posição de poder, interesses, grupos de formação, coalizão, oposição, pressões sociais, aspectos legais, influências internacionais, questões mercadológicas, aspectos industriais, desenvolvimento político, maturidade nacional, projetos e programas governamentais, resultados esperados estruturais e toda a conjuntura do ambiente em qual Estado, governo e sociedade estão inseridos.
Seguindo o pensamento, é tratar da política (politics) além das políticas do jogo político (polices), incluindo as relações de poder e forças de interesses dos grupos de decisão, relevando os conflitos entre esses e entender que várias disponibilidades precisam ser observadas tanto econômicas, políticas, ambientais, como aspectos culturais e históricos herdados dos Estados anteriores a exemplo do Estado Herdado burocrático e autoritário brasileiro.
Na administração pública, por maiores esforços que os gestores podem ter dispensados no planejamento estratégico governamental, forças alheias a sua vontade relacionadas a outros atores preponderantes de decisões, chegam a emperra o processo e retrata, por vezes, um quadro de estagnação ou falha de administração.
Dentro de um processo de gestão e planejamento, a estrutura administrativa deve ser ressalvada como meios, recursos e ação da força governamental, conjuntamente com os que detêm a força de decisão para autorização do movimento da máquina e dos interesses ocultos daqueles do poder, além de considerar que todo processo gestor é diretamente relacionado com as relações do Estado com a sociedade e dos resultados produtivos das ações nacionais.
O planejamento estratégico de situações vem a contrapor ou complementar as forças de ação do processo de decisão, considerando os recursos que formatam as estratégias mais próximas da realidade que se pretende atender e também mais coma proposta de um Estado Necessário rumo ao desenvolvimento nacional.
Nesse sentido surge um método de apoio institucional governamental , aproximando das propostas do planejamento estratégico governamental, mais contemporâneo com necessidades pontuais de retrato social, pedagogicamente, analisando, estudando e orientando o plano de formatação de projetos e de programas, este denominado Metodologia de Diagnóstico de Situações.
O modelo em direção do planejamento estratégico deve foca esforço em mudar de um estado atual, contemporâneo para outro desejado, almejado, considerando o problema abordado, questões do ambiente em questão, estabelecer metodologia de trabalho, levantamento de meios para estipulação de estratégias e realizar análises internas e externas, das situações e da prospecção que se pretende chegar, como um mapa cognitivo a respeito de uma situação-problema, resumidamente falando e conceituando.
É um direcionamento que passa por etapas, simplistamente, em um círculo que parte de um diagnóstico da situação, indo para a formulação das ações e alternativas, levantando por estratégias questões internas e externas, atingindo a operação e execução do planejado, conforme Matus, citado no trabalho de Dagnino, 2009, exemplificado pela figura abaixo:
A metodologia de Diagnóstico de Situações busca viabilizar aproximação dos conceitos da gestão estratégica pública e dos conjuntos de procedimentos necessários para início do processo das atividades de governo, tendo por atuantes os atores sociais nesse jogo de interesses, dentro de diretrizes da ação estratégica, relevando: análise de políticas públicas, projetos de governo, governabilidade, capacidade de ações, tempo disponível e disponibilizado e oportunidades pontuais como incrementais.
Como exemplo de um fluxograma metodológico de diagnóstico situacional, logo abaixo figura demonstrativa aplicado ao contexto municipal relacionado com secretaria de agricultura e meio ambiente (imagem obtida em pesquisa eletrônica):
Na figura pode-se destacar o local e o ator (secretaria e secretario municipal de meio ambiente), o problema (excesso de produção de lixo nas sociedades de consumo da atualidade), levantamento das causas (falta de verbas, local para reciclagem, equipamentos, conscientização social e política), descrição das possibilidades da inércia e fonte de informação e dos resultados que podem ser alcançados (o inverso da não ação por parte do governo como da própria sociedade).
Assim, a figura gráfica gerada da Metodologia de Diagnóstico de Situações, procura retratar de forma prática, rápida, visual, efetiva, o levantamento da situação-problema e os meios relacionados com a mesma e as relações de causa e efeito, de como as variáveis se apresentam entre em si, além da interatividade que a ferramenta proporciona para os atores na construção de políticas públicas, projetos e programas governamentais.
Referencias Bibliográficas
Dagnino, Renato Peixoto Planejamento estratégico governamental / Renato Peixoto Dagnino. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009
Desafio para o Gestor Público - Prof. Luiz Carlos: Estado Herdado para Estado Necessário. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=73esHdmWC8c. Acesso em 15/05/2011.
Metodología de planificación estratégica para instituciones de salud a partir de valores compartidos. Disponível em http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S0864-34662009000300012&script=sci_arttext. Acesso em 16/05/2011.
Metodologia de Diagnóstico de Situações. Disponível em http://2009.campinas.sp.gov.br/rh/uploads/egds_material/txt_apoio_metd_diag_situacoes.pdf. Acesso em 16/05/2011.
Exemplo Matriz Operacional
| Problema | Ação, atividade e tarefa | Resultados Esperados | Produtos do plano | Recursos | Prazos | Responsável |
1 | Não há verbas para o projeto | Solicitar verbas junto ao Estado ou a União | Aprovação de ato normativo de liberação orçamentária | Liberação de verba para o projeto | Políticos, orçamentários, financeiros, cognitivos | 1 ano (previsão de preparo documento | Prefeito |
2 | Não há local para separar lixo para reciclagem | Estudar área para implantação de reciclagem | Encontrar área apropriada para tal projeto | Construção de galpão próprio para trato de lixo reciclável | Políticos, orçamentários, financeiros, profissionais | 2 meses | Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente |
3 | Não há equipamentos para reciclagem | Estudo, análise, planejamento junto a fornecedores. | Preparar conjunto de equipamentos adequados ao projeto | Pedido de compra de equipamentos | Profissionais, cognitivos, orçamentários, financeiros e administrativos | 6 meses | Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente |
4 | Não há conscientização | Preparar projeto educativo | Material de caráter educativo explanativo | Atingir o maior volume populacional | Profissionais, cognitivos, orçamentários, financeiros e administrativos | 1 ano | Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e Educação |
5 | Não há projetos municipais de coleta seletiva | Preparar projetos setoriais de coleta seletiva | Projetos setoriais com material educativo | Projetos apropriados por setor municipal | Profissionais, cognitivos, orçamentários, financeiros e administrativos | 2 anos | Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e Educação |
6 | Não há lixeiras | Viabilizar lixeiras para lixo seletivo | Preparar processo de pedido de compra | Pedido de compra de lixeiras | Profissionais, cognitivos, orçamentários, financeiros e administrativos | 6 meses | Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente |
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